Quando o assunto é “discordar da Confissão de Fé de Westminster (CFW)” — mesmo entre aqueles que juraram subscrevê-la ou, até mesmo, entre os que defendem a subscrição confessional — o ponto frequentemente suscitado é o fato de a CFW claramente afirmar que o papado ou o papa é o Anticristo (CFW XXV.6). A despeito do juramento de subscrição no ato de ordenação, esses alegam: “não concordo com isso na Confissão” ou “acho um exagero” ou ainda “isso é coisa dos conflitos da época entre protestantes e católicos”.
Então, sim, dizer que “o papa ou o papado é o anticristo” passou a ser uma afirmação incômoda aos ouvidos de nossa geração. Mas, ela não o foi aos pré-reformadores, reformadores, puritanos e presbiterianos durante séculos. Esse incômodo chegou ao ponto de, no início do século XX, remover essa afirmação da CFW pela PCUSA (Presbyterian Church United States of the American).
Eis alguns motivos para esse incômodo: (1) o Ecumenismo, que tomou conta de muitos; (2) uma ignorância profunda quanto à exegese e à Teologia História por trás dessa formulação doutrinária; (3) a influência do dispensacionalismo (que mudou a natureza do Anticristo ou a personagem que recebe esse título); (4) a crença equivocada de que essa doutrina ou afirmação só pode ser sustentada por um pressuposto escatológico historicista; (5) uma ignorância do que, realmente, é a Igreja de Roma e do que é a verdadeira fé cristã centrada no Evangelho — e como são autoexcludentes. Essa ignorância tem arrastado muitos à apostasia, convertendo-se ao Papismo; (6) ou o espírito “politicamente correto” de nossa geração. Um ou vários destes fatores combinados podem ser a razão dessa rejeição no coração de muitos.
Porém, como dito, a exegese por trás dessa afirmação é sólida, acurada e precisa. Ela não pode ser sustentada apenas por bases historicistas, mas, sim, considera o desenvolvimento histórico do papado como prova do cumprimento profético (e não precisa ser historicista para constatar isso). Ela não é fruto de “birra boba” entre protestantes e católicos do século XVI. Ela é uma firma conclusão doutrinária desde o final da Idade Antiga.
A presente obra é uma das clássicas obras presbiterianas que expõem e defendem isto: o Anticristo é o Papado. Nela, J. A. Wylie expõe 2 Tessalonicenses 2.3-12 e uma análise suscinta de outras profecias do Antigo e do Novo Testamento. Sua necessidade, em nossa língua, é urgente para que, com clareza expositiva, não sejam os crentes no Senhor enganados.
Wylie foi um presbiteriano escocês, ministro do Evangelho e historiador da Igreja. Assim, ele uniu sua habilidade exegética com seu conhecimento histórico para nos mostrar que Romanismo (ou Catolicismo Romano ou Papismo) não é Cristianismo; e seu Cabeça, o papa (que toma para si e concentra em si mesmo títulos de cada Pessoa da Trindade — Santo Padre/Santo Pai; Cabeça da Igreja/Cristo; Vigário ou substituto de Cristo na terra/o Espírito Santo) é o Anticristo. Com suas doutrinas, o Papado/Romanismo tem afastado os homens de Cristo, enganando-os e apresentando-lhes como mediador um falso cristo.
Wylie não expõe a apostasia de todo o sistema doutrinário romano, porém, enfatizando o seu cabeça (o papa) e, pontual e eventualmente, mencionando as demais doutrinas, ele nos dá a convicção exegética, segura e histórica de que o papado é o Anticristo. É com essa convicção que Wylie diz, no último capítulo: “Estaremos cegos, de fato, se não pudermos encontrar o modelo original do retrato de Paulo” — e esse modelo é o papado e o retrato pintado é 2 Tessalonicenses 2.3-12.
Durante anos, não dispúnhamos de nenhuma obra em nossa língua dedicada a este importante assunto. Desde 2021 até 2025, a versão e-book (1ª edição) desta obra foi a única obra robusta na defesa desse assunto. Agora, ela chega em formato físico. Ele é o primeiro de uma série, que tem por título “O Catolicismo Romano e o Seu Anticristo”, que publicaremos contra o Romanismo.
Como ministro do Evangelho, subscritor dos Padrões de Westminster; como pastor que, ocasionalmente, precisa enfrentar os venenos mortíferos do romanismo destilados contra o rebanho que Cristo me confiou; como apologeta que, também, precisa lutar contra a Babilônia, eu te encorajo: leia essa obra! Que esse material fortaleça a convicção de muitos; ajude a tirar a relutância de outros; e nos faça atentos contra a sedução e o engano do Anticristo — o papado. E que, em tudo, Cristo seja glorificado. Soli Deo Gloria.